Sem mácula e irrepreensível.

PODE O HOMEM DEIXAR DE PECAR?
(Pastor, Colin Standish )
Geralmente, em defesa da afirmação de que o homem não pode deixar de pecar, o novo adventismo cita o seguinte texto das Escrituras:
Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis. Gálatas 5:17 *
* Um exemplo da utilização incorreta de Gálatas 5:17 é: "porque e carne sempre os impede de fazerem o que deveriam (Rom. 7:14-25. Gal. 5:17), eles só poderão cumprir perfeitamente a lei através do perdão dos Pecados. Mesmo o bem que fazem está contaminado com as imperfeições humanas" (Verdict, Set. 1978).


A utilização deste versículo como prova de que o homem não pode deixar de pecar é uma perversão das Escrituras. Paulo pretendia ensinar exatamente o contrário. Isto pode ser perfeitamente entendido, se não isolar o texto do seu contexto.
Digo, porém: Andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne. Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei. Gálatas 5:16-18
Para que o leitor não fique na duvida, Paulo faz depois uma listagem das obras da carne e declara inequivocamente:
...que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus. Gálatas 5:21
A seguir, Paulo registra os frutos do Espírito e declara,
...contra estas coisas não há lei. Gálatas 5:23
Aparentemente, esta é uma referência feita em relação com Gálatas 5:18. Finalmente, Paulo declara,
os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne... Gálatas 5:24
Assim, o novo adventismo responde, de uma forma negativa, a pergunta que encontrarmos no título deste capítulo, enquanto que Deus o faz com um "sim".
Pedro não tem qualquer dúvida de que o homem, quando cheio pelo Espírito Santo, pode deixar de pecar.
Ora, pois, já que Cristo padeceu na carne, armai-vos também vós deste mesmo pensamento; porque aquele que padeceu na carne já cessou do pecado; para que, no tempo que ainda vos resta na carne não continueis a viver para as concupiscências dos homens, mas para a vontade de Deus. 1 Pedro 4:1, 2
Pedro estabelece muito claramente as características do tipo de individuo que não conseguirá deixar de pecar. O contraste entre os que deixam de pecar e os que continuam a fazê-lo é tão penetrante, que não nos podemos enganar.
Tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecar; enganando as almas inconstantes, tendo um coração exercitado na ganância, filhos de maldição; os quais, deixando o caminho direito, desviaram-se, tendo seguido o caminho de Balaão, filho de Boor, que amou o prêmio da injustiça. 2 Pedro 2:14, 15
Judas e Tiago foram ambos inspirados ao registrarem as promessas que indicam que o homem pode e deve deixar de pecar.
Ora, aquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos ante a sua glória, imaculados e jubilosos. Judas 24
Note o modo como Judas dirige os seus leitores para a única forte de poder. Afirmar que o homem não pode deixar de pecar, é negar o poder de Deus. Não devemos confundir este fato com a realidade que fará com que a nossa natureza pecadora perdure até que a mortalidade se revista da imortalidade. Mas Cristo oferece o Seu poder ao homem, para que ele viva uma vida livre do jugo do pecado.
A exortação que Tiago faz aos seus leitores demonstra certamente a sua crença inspirada no fato de o homem poder deixar de pecar.
Pelo que, despojando-vos de toda sorte de imundícia e de todo vestígio do mal, recebei com mansidão a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar as vossas almas. Tiago 1:21
Um homem que continue a pecar, é escravo do pecado e esta sob a condenação da lei. A Bíblia nunca declara que aqueles que pecam não estão sob a lei. Esta promessa é dada somente aos que vencem. Contudo, muitas vezes são aqueles que continuam a pecar que, enganosamente, reclamam que não se encontram sob (de baixo) a lei. Quão enganoso é este ponto de vista! Quando morremos para o eu, então nos libertamos do pecado. Olhemos para um texto anteriormente citado e notemos a condição aí inserida, antes de ser feita a promessa.
Sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado. Pois quem está morto está justificado do pecado. Romanos 6:6, 7
Paulo também afirmou que,
Para que aproveis as coisas excelentes, a fim de que sejais sinceros, e sem ofensa até o dia de Cristo; cheios do fruto de justiça, que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus. Filipenses 1:10, 11
Muitos dos que proclamam o novo adventismo, ignorando estas palavras irrefutáveis da Escritura, procuram negar a sua clara mensagem através do exemplo de grandes homens que, perto do fim das suas vidas, ainda reconheceram ser pecadores. Que fique bem claro que, a avaliação feita pelo homem relativamente à sua própria condição pode ser muito diferente da forma como Deus o vê. Nenhum homem que tenha deixado de pecar jamais apreciará o fato de ter atingido este estado e muito menos se gabará disso. Quanto mais nós aproximamos de Cristo, mais nos sentimos indignos, pois anulamos o eu e não vemos qualquer bem em nós.
A experiência de Jó ilustra bem este fato. Eis um homem que Deus declara perfeito, com base no fato de ele não ter cometido qualquer pecado. Mesmo Satanás não pode combater tal afirmação e, por isso, a tentou minimizar, declarando que Jó só obedecia a Deus por causa da riqueza que Ele lhe dera. Escutai as palavras que Deus dirigiu à Satanás, tendo por base a perfeição de Jó.
Disse o Senhor a Satanás: Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do
mal ? Jó 1:8
Eis aqui, portanto, um homem que tinha deixado de pecar. O testemunho de Deus é demasiado forte para ser negado. Mas qual foi a avaliação que Jó fez de si próprio? Declarou-se ele perfeito? É-nos dada a resposta e também a base para essa resposta. Leiam-na cuidadosamente.
Ainda que eu fosse justo, a minha própria boca me condenaria; ainda que eu fosse perfeito, então ela me declararia perverso: Eu sou inocente; não estimo a mim mesmo; desprezo a minha vida. Jó 9:20, 21
Por isso, discutir a avaliação que o homem faz sobre a sua própria perfeição será um exercício sem sentido. O paradoxo é que cada homem que reclame ser perfeito, não estará a avaliar corretamente a sua situação, enquanto que aqueles que atingiram a perfeição se esquecem totalmente de tal fato.
A afirmação de Paulo, tantas vezes citada, deve ser vista sob o mesmo ponto de vista.
Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito. Filipenses 3:12
Comentando este versículo, a irmã White mostra que a avaliação celestial era muito diferente. Ela enfatiza mesmo a atitude dos cristãos perfeitos na sua marcha para o céu.
Que os anjos do Céu escrevam as vitórias de Paulo ao combater o bom combate da fé. Que o Céu se rejubile na sua marcha firme rumo ao Céu e que, ao manter ele em vista o prêmio, considere tudo o mais como escória. Os anjos regozijam-se ao contar os seus triunfos, mas o próprio Paulo não se vangloria das suas conquistas. A atitude de Paulo é a atitude que cada seguidor de Cristo deveria tomar ao prosseguir na luta pela coroa imortal. Atos dos Apóstolos, 562
Quantas vezes têm os homens colocado a questão: "Bom, considera-si perfeito?" Tal questão é usada para negar a afirmação da Escritura que diz que uma pessoa, cheia do Espírito de Deus, pode deixar de pecar. Mas à luz da inspiração, tal questão nunca devera ser colocada. Fazer tal pergunta é revelar uma total falta de conhecimento sobre o que a Sagrada Escritura declara em relação a nossa própria avaliação no que se refere à perfeição.
Uma outra questão relacionada com esta é muitas vezes escutada na igreja de Deus é: "Bom, conhece alguém que seja perfeito?" Esta questão confunde as diferenças entre as limitações humanas e as falhas morais do homem. Ninguém tem perfeitos poderes espirituais, intelectuais ou físicos, mas todos poderão, através do poder de Cristo habitando em nós, atingir a perfeita moral. A conclusão de que nenhum homem pode deixar de pecar foi criada por pessoas perdidas em busca de uma desculpa para o seu próprio pecado. Assim, quando o Rei Salomão revelou as suas conclusões a partir daquilo que,
... vi nos dias da minha vaidade... Eclesiastes 7:15
ele chegou à mesma conclusão a que chegaram algumas pessoas da nossa igreja hoje. Ele concluiu, para além de outros pontos de vista, que,Não sejas demasiadamente ímpio... Eclesiastes 7:17
e que,
...não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque. Eclesiastes 7:20
Não é de admirar que Salomão tenha admitido que,
Tudo isto o provei pela sabedoria; e disse: Far-me-ei sábio; porém a sabedoria ainda ficou longe de mim. Eclesiastes 7:23
Eu me volvi, e apliquei o meu coração para saber, e inquirir, e buscar a sabedoria e a razão de tudo, e para conhecer que a impiedade a insensatez e que a estultícia é loucura Eclesiastes 7:25
Só poderemos perguntar o que a serva do Senhor diria hoje àqueles que sugerem que nenhum homem alguma vez deixou ou deixará de pecar antes da segunda vinda de Cristo. A irmã White condenou de todo o coração, tais erros pouco escriturístico, quando proclamados por um pastor de outra fé. Quão triste se teria sentido, se tivesse ouvido este mesmo erro pregado, com satisfação, dos púlpitos adventistas do 7° dia!
Fiquei admirada com a posição tomada pelo Pastor Brown no que diz respeito à lei. Parece incrível que alguém que se afirma estudante e professor da Bíblia, declare que nenhum homem jamais guardara a lei de Deus, ou poderá alguma vez fazê-lo. Sinais dos Tempos, 18 Julho 1878, citado em Review and Herald, 13 Julho 1978
Certamente que Paulo vê o papel da vontade como central no que toca a obediência e a justiça.
Não sabeis que daquele a quem vos apresentais como servos para lhe obedecer, sois servos desse mesmo a quem obedeceis, seja do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? Romanos 6:16   Se não estivermos bem firmados no poder de Cristo habitando em nós, nós automaticamente nos entregaremos a vontade de Satanás.
Com estima: Pastor, Colin Standish

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