O PODER DO SANGUE DE JESUS NO SANTUÁRIO CELESTIAL

            NÃO HÁ PERDÃO NEM JUSTIFICAÇÃO SEM A MINISTRAÇÃO DO SANGUE

Apresentação
            Este material foi escrito por F. M. Wilcox com o titulo original “PERDÃO” este pastor serviu à Igreja Adventista do Sétimo Dia como autor, ministro e administrador e foi o editor da Review ano Herald de 1911 a 1944. Esta matéria foi extraída da Revista Nosso Firme Fundamento Vol. 2 núm. 1 de 1994.
            Muita é a ignorância em relação à expiação que Cristo faz no santuário celestial. Entre os adventistas e os movimentos leigos do Brasil é horripilante tal Situação, esperamos dar uma pequena contribuição para modificar este quadro. Temos a esperança que todos possam apreciar este artigo. Modificamos o titulo do artigo do original em inglês, foi a única alteração feita, no resto temos o artigo na integra como se encontra na Revista Nosso Firme Fundamento Vol. 2 núm. 1, Pg. 4-7, 31 de 1994. Boa leitura para todos é o desejo do GRUPO DE EVANGELISMO LEIGO DE COTIA.
           
            Inicio do artigo:
            A desesperança do homem pecador fora do plano de Deus para sua redenção é expressa nas palavras do salmista:
            “Se observares, Senhor, iniqüidades, quem, Senhor, subsistirá?” Salmos 130:3
            Mas a base para a esperança é estabelecida no próximo verso
            “Contigo, porém, está o perdão” verso 4.
            Este fato básico na crença cristão era ensinado pelo serviço típico do santuário terrestre:
            “Quando alguma pessoa pecar, e cometer ofensa contra ao Senhor” “por sua oferta pela culpa trará ao Senhor um carneiro sem defeito do rebanho,... para oferta pela culpa; trá-lo-á ao sacerdote. E o sacerdote fará expiação por ela diante do Senhor, e será perdoada de qualquer de todas as cousas que fez, tornando-se por isso culpada.” Levítico 6: 2, 6 e 7.
            O perdão pertence a Deus e está definitivamente relacionado às promessas do imutável concerto.
            “Ó Senhor. A nós pertence o corar de vergonha, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque temos pecado contra Ti. Ao Senhor, nosso Deus, pertence à misericórdia, e o perdão; pois nos temos rebelado contra Ele”. Daniel 9: 8, 9.
            Mesmo o mais vil, e aqueles mais desanimadoramente desencorajados por seus pecados, não precisam desesperar-se, pois o perdão de Deus cobre toda nossa iniqüidade.
            “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios. Ele é quem perdoa todas as tuas iniqüidades; quem sara todas as tuas enfermidades.” Salmos 103: 2,3. [todas as ênfases do artigo original]
            Foi a má compreensão desta importante verdade que arruinou Caim.
            “E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: não sei: sou eu guardador do meu irmão? E disse Deus: que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a Mim desde a Terra. E agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue de teu irmão. Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na Terra. Então disse Caim ao Senhor: é maior a minha maldade que a que possa ser perdoada.” Gênesis 4: 9-13.
            Uma concepção errônea da atitude de Deus para com o pecador arrancou de Caim as palavras desesperadas: “Eis que hoje me lanças da face da Terra, e da Tua face me esconderei.”             Foi com esta carga de incredulidade e má compreensão sobre seu coração que ele, “saiu... de diante da face do Senhor”. Esta atitude de persistente incredulidade nunca permitiu a revelação da misericórdia de Deus no perdão dos pecados conduzido por Caim das trevas de seu próprio curso de pecado para a luz e amor e abundante redenção de Seu Senhor que se deleita na misericórdia.
            Na realidade do perdão, como ensinada na Bíblia, tem de lidar com uma necessidade tão grande quanto à raça, pois “todos pecaram e destituídos estão da Gloria de Deus”. (Rom. 3: 23)
             Os homens, de acordo com as Escrituras, estão divididos em duas classes: (1º) aqueles que estão mortos, distantes e alienados, e (2º) aqueles que se tornaram vivos, que foram aproximados e receberam o lugar de filhos. Os da 1º classe são declarados estarem sem esperança, ao passo que dos da 2º é declarado terem sido gerados para uma viva esperança. Entre estas duas condições de vida o perdão de Deus tem operado, agindo sobre uma classe e tornando a outra possível.
            E quando vós estáveis mortos nos pecados,... vivificou-vos juntamente com Ele, perdoando-vos todas as ofensas.” Colossenses 2:13
            O apostolo Paulo, em sua epístola aos Colossenses, afirma claramente que a base deste perdão é o sangue da expiação, pois em Cristo “temos a redenção pelo Seu sangue, a saber, a remissão dos pecados” Colossenses 1:14
            Entretanto deve-se entender que os pecados que são perdoados são os pecados das pessoas que se arrependem de seus maus atos e confessam a culpa de suas transgressões. Para estes, o Velho e o Novo Testamentos, em muitas passagens, dão testemunho. Observe o seguinte:
            “Confessei-Te o meu pecado, e a minha maldade não encobri; dizia eu: confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado.” Salmos 32:5
            “Se confessarmos os nossos pecados, Ele e fiel e justo, para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” I João 1:9
            Devemos entender também que a conversão precede o perdão. Não é suficiente apenas experimentar tristeza pelo pecado e clamar ao Senhor por sua remoção. Devemos fazer confissão com o sincero propósito de desviar-nos do pecado e vivermos afastados dele, convertendo-nos a Deus em todas as coisas.
            Quando o Teu povo Israel for ferido diante do inimigo, por ter pecado contra Ti, e se converterem a Ti, e confessarem o Teu nome, e orarem e suplicarem a Ti nesta casa, ouvi Tu então nos Céus, e perdoa o pecado do Teu povo Israel, e torna-o a levar à Terra que tens dado a seus pais.”  I Reis 8: 33,34.
            Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converterem à luz, e do poder de Satanás a Deus: a fim de que recebam a remissão dos pecados, e sorte entre os santificados pela fé em Mim.” Atos 26:18
            Perdão não é santificação. Nossa culpa é o obstáculo que se coloca no caminho de uma vida de progressiva santidade para nós. O perdão provê um meio pelo qual nossa culpa é cancelada. Mas a remissão de nossos pecados não deve ser confundida com a real atribuição de justiça. O perdão é anterior a imputação de justiça.
            Então confessei meu pecado a Ti, descobrindo minha iniqüidade; e enquanto prometia eu confessava: Tu perdoaste a minha culpa pelo pecado.” Salmos 32:5.
            A purificação de toda injustiça acompanha o perdão de nossos pecados. Que esta purificação se dá mediante o sangue de Jesus aprendemos das palavras do apóstolo João:
            Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I João 1:7.
            Purificar-nos de todo o pecado mediante o sangue da expiação é tão seguramente obra da expiação como o é o derramamento do sangue por meio do qual a purificação é realizada. Visto que acompanha o ato de perdoa, é claramente uma obra que é realizada pelo ressurgido Salvador como sacerdote no santuário do alto. Observe isto na pregação dos apóstolos:
            Deus com a Sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão dos pecados.” Atos 5:31
            Não é suficiente apenas experimentar tristeza pelo pecado e clamar ao Senhor por sua remoção. Devemos fazer confissão com sincero propósito de desviar-nos do pecado e vivermos afastados dele, convertendo-nos a Deus em todas as coisas.
            Entretanto avancemos mais um passo, constatando nos ensinos de Paulo que o perdão antecede a justificação. Anunciando Cristo ao povo de Antioquia, ele disse:
            Mas Aquele a quem Deus ressuscitou nenhuma corrupção viu. Seja-vos, pois notório, varões irmãos, que por Este se vos anuncia a remissão dos pecados. E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados por Ele é justificado todo aquele que crê.Atos 13: 37-39.
            Por isto fica evidente que a justificação sucede a fé na prontidão de Deus para perdoar, que a fé no perdão de Deus sucede a pregação desta verdade particular, e que esta pregação é mediante Jesus Cristo, que, embora morto, não viu corrupção, e ressurgiu da morte.
            Ora, se a pregação da doutrina do perdão é mediante o Cristo crucificado e ressurreto, e a fé nesta doutrina traz justificação, então o serviço sacerdotal, que adquire para nós esta justificação, é oferecido após crermos. Visto que a obra de justificar-nos é uma parte importante da obra de Cristo de expiação, então fica totalmente evidente que a obra de expiação não foi completada na cruz. As Escrituras declaram categoricamente que Cristo “por nossos pecados foi entregue”, mas “ressuscitou para nossa justificação.” (Rom. 4:25)  
            No serviço típico fica claro que o perdão era obtido pelo penitente mediante o sangue do sacrifício por um ato do sacerdote.
            Quando alguma pessoa pecar”, “Sua expiação trará ao Senhor... e o sacerdote fará expiação Poe ela diante do Senhor.” Levítico 6:2, 6,7.
            Porque o perdão é um dom adquirido para nós pelo Salvador exaltado ao Céu, a obtenção de nosso perdão mediante Seu precioso sangue é um ato do sacerdócio de Cristo, e como tal está em harmonia com o serviço típico. Observe em Atos 13: 24-38 que a doutrina do perdão baseia-se na morte e ressurreição de Cristo, e que é dada ênfase à ressurreição como fundamento para o perdão
            Mas Aquele a quem Deus ressuscitou nenhuma corrupção viu. Seja-vos, pois notório, varões irmãos, que por Este se vos anuncia a remissão dos pecados.Atos 13: 37-39.
            O serviço típico revelava explicitamente que não podia haver perdão até que houvesse sido paga a penalidade do pecado. Contudo, o mero pagamento da penalidade, conquanto essencial ao ato do perdão, não é perdão. Deve haver uma aceitação do pagamento por parte daquele que o exigi. Deve ser oferecido com ele o reconhecimento da justiça da penalidade. Deve acompanhá-lo a evidencia de um propósito de desviar-se do pecado. Deve haver busca de novo poder para viver corretamente à vista de Deus. Deve haver aceitação de novos princípios para esta nova vida.
            Isto era suprido no serviço típico pela entrega do penitente de um substituto para sacrifício no local indicado, reconhecendo assim sua necessidade e a justiça da penalidade prescrita; colocando sua mão sobre a cabeça da vitima, expressava assim sua disposição de ter outro assumindo sua culpa, e ser seu debito pago mediante substituição; matando a vitima como oferta Poe seu pecado, expressava desta maneira sua disposição para morrer em seu substituto e aceitar a vida que a morte da vitima permitia prosseguir; deste modo, demonstrava, também, a aceitação de um novo principio e de um novo poder para esta vida. Tudo isto era suprido no serviço típico por ofertas individuais pelo pecado.
            No oferecimento das ofertas queimadas contínuas não havia reconhecimento pessoal de culpa, nem oferecimento pessoal desta oferta como resgate individual, nem apresentação desta como um substituto pessoal, nem pecadores individuais colocando suas mãos sobre ela, nem aceitação pessoal da vida da vitima como substituição pela de indivíduos, nem o penitente matando pessoalmente o sacrifício, e nenhuma evidencia era apresentada com elas de que indivíduos tivessem se proposto a viver de maneira nova com novo poder sob novos princípios. Ao se fazer a oferta pelo pecado tudo isto era evidenciado.
            As ofertas queimadas contínuas serviam para manter perante a mente do povo o importante fato do amor redentor, que Deus havia provido remissão para todos. A oferta individual pelo pecado significava que o penitente, ao se aproximar de Deus, fazia-o pela fé no sacrifício que Deus havia providenciado, e nos moldes desta provisão, devia vir expressar sua aceitação dela e submeter-se às exigências de um Deus justo.
            Figuradamente, portanto, o pecador morria; mas visto que sua morte era por substituição, ele havia morrido apenas para a lei que exigia sua morte, isto é, havia morrido legalmente. Na realidade, ele continuava a viver. Este fato é que tornava isto necessário para o homem, a penalidade pela culpa que já havia sido paga pela morte deste substituto, para obter perdão mediante o ministério do sangue do sacrifício, por meio do sacerdote.
            Na realidade ele deve receber perdão por aquilo pelo que morreu figuradamente, e, graças a Deus, pode fazer isto mediante o ministério do sangue de Cristo. Sendo perdoado, é justificado, e assim lhe é concedida uma mudança de posição perante Deus. O poder do pecado nele deve ser subjugado. Deve ter um propósito mudado, e um novo poder deve guardá-lo de ficar sob o domínio do pecado, a ele deve ser dado domínio em Cristo.
            Agora tudo isto, depois de o preço ter sido pago na cruz, se tornou possível, no antítipo, pela cruz; é tornado real pelo ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial unicamente por meio do sangue proveniente da cruz.
            Como o sacerdote típico tomava o sangue e com ele realizava a expiação, e deste modo trazia o perdão ao penitente, assim nosso sacerdote antitípico com Seu próprio sangue realiza a expiação pelo penitente no santuário celestial e obtém o perdão para ele. Então é que nosso sacerdote antitípico, por meio da aplicação de Seu próprio sangue no santuário celestial, apresenta os méritos da vida que Ele concedeu ao penitente, e assegura sua justificação. Este último fato, como já vimos pelos ensinos de Paulo no livro de Atos, torna-se possível pela crença do penitente na doutrina do perdão. Portanto a justificação depende do perdão e sucede-o na experiência do penitente.
            Deve se observar que esta justificação é absolutamente completa e totalmente abrangente:
            E de tudo... por Ele é justificado todo aquele que crê.Atos 13: 39.
            É evidente, então, que desde que esta justificação depende da fé do penitente no perdão de Deus para ele, a justificação que deste modo se torna possível por essa fé abrange todos os que são perdoados e ninguém mais. Assim sendo, e desde que o penitente é justificado de tudo, concluímos, portanto, que ele foi abundante e completamente perdoado de todos os pecados.
            Nada disto é alcançável pelo que foi realizado na cruz por si só, nem ainda uma destas coisas é alcançável somente pela aplicação, no santuário celestial, do sangue proveniente da cruz.
            No serviço típico, entretanto, o perdão sucedia a morte do sacrifício e o oferecimento de seu sangue sobre o altar. Não há indicação de que o perdão fosse obtido por outros meios. E assim é no antítipo. O perdão pode vir somente após termos pago a penalidade morrendo em nosso substituto, e o preço de nossa remissão da culpa pelo pecado é aceito como resgate de nosso débito. Em outras palavras, o perdão vem quando na confissão de nossas faltas não retemos nada de seu preço, mas entrega monos totalmente a Deus. Tão certo quanto nenhuma confissão parcial de nossos pecados pode ser aceitável a Deus, assim seguramente não pode haver nenhum perdão parcial de pecados que Deus nos possa estender.
            O sangue de Jesus Cristo purifica-nos de todo pecado. Contudo, ele purifica-nos de pecados que foram perdoados. A purificação de toda injustiça é o resultado imediato de ser perdoado. Desde que a purificação não pode ser mais completa do que o perdão. O perdão deve ser completo. Em outras palavras, quando o coração é purificado, o Senhor não expulsa seis demônios e deixa um. Nem Ele parcialmente expulsa todos os sete e ao mesmo tempo deixa-os parcialmente. Ao invés disso deixa o coração inteiro varrido e ornamentado e pronto para a total ocupação pelo Espírito Santo, e enviar o Espírito Santo é um ato do ministério sacerdotal de Cristo:
            Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que Eu vá; porque, se Eu não for o Consolador não virá a vós; mas, se Eu for enviar-vo-Lo-ei.João 16:7.
            A vinda do Espírito, então, é possível apenas mediante o ministério sacerdotal de Cristo. A justiça é alcançável apenas mediante o ministério sacerdotal de Cristo. O perdão é um dom do Salvador exaltado. Nada disto é alcançável pelo que foi realizado na cruz por si só, nem ainda uma destas coisas é alcançável somente pela aplicação, no santuário celestial, do sangue proveniente da cruz.
            Esta verdade de modo algum milita contra o fato de que durante os séculos que transcorreram antes da morte de Cristo, os homens obtinham o perdão dos pecados e eram aceitos por Deus. Isto, entretanto, era realizado em virtude de um sacrifício a ser ainda oferecido e de um ministério sacerdotal a ser ainda iniciado. Jesus é mencionado nas Escrituras como o “cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” Sua morte foi prevista no plano de Deus para salvar o homem, e Ele foi considerado como já tendo sido morto desde o momento em que Sua morte foi votada como sendo necessária para satisfazer a necessidade do homem. Isto, contudo, não muda o fato de que, no curso de desenvolvimento do plano de Deus para salvar-nos por meio de Cristo, foi necessário que houvesse um momento, que deveria chegar, e que aquilo que era apenas promessa deveria tornar-se realidade. Viria o tempo em que a morte do Cordeiro não seria mais previsão, mas realidade. Até que este tempo chegasse, estas coisas que por enquanto ainda não haviam ocorrido, eram consideradas no plano de Deus como se já houvesse.
            Durante os anos que se interpuseram entre a queda do homem e a morte de Cristo, orações eram oferecidas, confissões de pecados eram feitas e perdão era implorado. Sem dúvida estas orações foram ouvidas, estas confissões foram aceitas e o perdão foi conferido. Isto, entretanto, foi tudo realizado Poe meio da fé naquilo que, na plenitude dos tempos, deveria ser feita realmente em favor do homem, e em virtude disto.
            Do modo mais positivo as Escrituras declaram que é o sangue de Cristo que purifica-nos de todo pecado. I João 1:7; Apocalipse 1:5. Com igual clareza de afirmação elas anunciam a verdade de que é por meio do sangue do Salvador que temos a redenção. Efésios 1:7; I Pedro 1: 18,19. Em termos não menos positivos, as Escrituras também declaram a verdade de que sem a ressurreição de Cristo, a fé no sangue do sacrifício é vã, e ainda estamos em nossos pecados. I Coríntios 15:17.
            Deste modo, então, a fé antes da cruz e a fé a partir da cruz têm o mesmo lugar de repouso, isto é, a morte substitutiva e a vida sacerdotal de Cristo, tanto uma quanto a outra. A Palavra de Deus torna bastante claro que nem a morte de Cristo pelo homem, nem Seu ministério expiatório precederam Seu ato de assumir nossa carne e tornar-Se homem. Ele (não) tornou-Se sacerdote após haver nascido da tribo de Judá¹. Hebreus 7:14. Seu ministério sacerdotal não se iniciou antes que Ele se tornasse sacerdote, mas da mesma maneira que a provisão fora feita para que os homens pudessem obter o perdão dos pecados e aceitação de Deus por meio da fé nós méritos do sangue derramado, assim eles obtenham perdão e aceitação em virtude de um ministério sacerdotal deste sangue, o qual não havia sido instituído de fato.
            Em Seus ensinos o Salvador fez uso de uma parábola pela qual Ele anuncia uma fase muito importante desta questão do perdão. Observaremos isto neste momento.
            Certo rei, ajustando contas com os seus servos, encontrou um que lhe devia dez mil talentos, porém não tinha meios com que pagar o débito. De acordo com a lei, o rei ordenou que ele, sua esposa, seus filhos e tudo o que possuía, fossem vendidos, e que o pagamento fosse efetuado com estes proventos. Nisto o servo prostra-se aos pés do rei, e implora-lhe, dizendo: “Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.” Então o rei, movido de compaixão, solta-o e perdoa-lhe a divida.
            Deste modo, então, a fé antes da cruz e a fé a partir da cruz tem o mesmo lugar de repouso, isto é, a morte substitutiva e a vida de sacerdócio de Cristo, tanto uma quanto a outra.
            “saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão dele sufocava-o, dizendo: paga-me o que me deves. Então o seu companheiro, prostrando-se á seus pés, rogava-lhe, dizendo: sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Ele, porém não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara. Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste, não devias tu igualmente ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará também Meu Pai celestial, se do coração não perdoar-des, cada um a seu irmão, as suas ofensas.” Mateus 18: 23-35. 
            O perdão de Deus, representado pelo do rei nesta parábola, é o ponto de partida para nós de uma atitude compassiva com relação a nossos semelhantes.
            os mesmos devemos tudo a livre graça de Deus. A graça do concerto é que prescreveu nossa adoção. A graça do Salvador efetua nossa redenção, regeneração e exaltação a co-herdeiros de Cristo. Que esta graça seja revelada a outros.” Parábolas de Jesus, Pg. 250
            Se não perdoamos aos homens as suas ofensas, nem nosso Pai celestial perdoará as nossas.
            Nada pode justificar um espírito irreconciliável.”
            Somos perdoados por Deus, não porque sejamos merecedores, mas porque, sem mérito nosso, Ele nos amou tanto que deu Seu Filho unigênito para morrer por nós. Não nos tornamos merecedores deste perdão perdoando a nossos irmãos, e não somos perdoados porque perdoamos. Um espírito perdoador em nós torna possível a Deus dar-nos o Seu perdão. Um espírito irreconciliável mantém-nos em uma condição de desobediência e revela que não estamos dispostos a receber o amor de Deus em nossos corações. Isto não é nada menos do que rejeição do amor perdoador de Deus. A benção do perdão não pode vir a tais, pois por sua própria atitude eles se alienaram do perdão de Deus. A simples realidade é que se formos perdoados, devemos ser perdoadores.
            Porque, se perdoardes aos homens as sua ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.” Mateus 6:14,15.
            No âmbito do ministério no santuário terrestre, uma oferta pelo pecado era apresentada por todo o povo.
            “Depois dirás aos filhos de Israel: Tomai um bode para oferta pelo pecado”, “Depois fez chegar a oferta do povo, e tomando o bode da oferta pelo pecado, que era pelo povo, o imolou, e o preparou por oferta pelo pecado.” Levítico 9:3, 15.  
            O sangue das ofertas pelo pecado que eram pelo povo era levado para o santuário pelo sacerdote, um pouco dele era aspergido diante do véu e colocado no altar de incenso no lugar santo, então o restante dele era derramado à base do altar da oferta queimada.
            “Molhara o dedo no sangue, e o espargirá sete vezes perante o Senhor, diante do véu. E aquele sangue porá sobre os chifres do altar que esta perante o Senhor, na tenda da congregação; e todo o restante do sangue derramará a base do altar do holocausto, que esta a porta da tenda da congregação.” Levitico 4:17-18
            Assim o sangue era a vida (Levitico17: 14), na qual a culpa da pessoa era removida dela, era o meio através do qual o pecado era “transferido em figura para o santuário.”
            Com exceção das ofertas pelo pecado por todo o povo, eram as ofertas pelo pecado que eram trazidas ao santuário por penitentes individuais. O individuo aproximava-se de Deus por meio do sangue do sacrifício. Sua fé tomava posse da promessa de Deus, que era renovada pelas ofertas regulares  do ministério diário, de que por meio dos méritos do Sacrifício substitutivo que Deus proveria,todo pecado seria expurgado dele.Sua própria oferta individual pelo pecado indicava que ele estava disposto a aceitar este Sacrifício como se fosse o seu próprio para tirar seus pecados, expurgar sua culpa e pagar sua penalidade morrendo sua morte.
            Algumas vezes o sangue da oferta pelo pecado não era levado ao lugar santo do santuário. Ao invés disto ele era colocado pelo sacerdote sobre os chifres do altar da oferta queimada e derramado á base deste altar. Em tais casos, sua carne era levada ao lugar santo, para ser comida ali pelo sacerdote por intermédio do sangue trazido ao santuário ou colocada sobre o altar. O santuário e o altar ficavam impuro devido á impureza do povo em todos os seus pecados. Havia, portanto, um registro de sangue dos pecados do povo no santuário. Desta impureza o santuário era purificado pelo sangue da expiação, uma vez por ano, no dia da expiação.
            “Assim fará expiação pelo santuário por causa das impurezas dos filhos de Israel e das suas transgressões e de todos os seus pecados. Da mesma sorte fará pela tenda da congregação, que está com eles no meio das suas impurezas... Então sairá ao altar, que esta perante o senhor, e fará expiação por ele. Tomará do sangue do novilho, e do sangue do bode, e o porá sobre os chifres do altar ao redor. Do sangue espargirá com o dedo sete vezes sobre o altar, e o purificará, e o santificará das impurezas dos filhos de Israel.” levítico 16:16-19.
            Até o Santuário era purificado deste modo, os pecados dos pecadores penitentes permaneciam no santuário pelo sangue de suas ofertas pelo pecado, e embora o penitente tivesse sido perdoado, o registro de sangue de seus pecados permanecia até que a obra de expiação para aquele ano fosse concluída. Quando concluía a expiação prescrita, no dia da expiação, por si, pelo povo, pelo santuário e pelo altar, o sumo sacerdote, no caráter de mediador, e em virtude do sangue da oferta pelo pecado, tomava os pecados sobre si e confessava-os sobre o bode emissário com a intenção de extingui-los. Ver Levítico 16:6-22.
            Com este ensino da Escritura a declaração a seguir está inteiramente de acordo:
            “No dia da expiação o sumo sacerdote, havendo tomado uma oferta da congregação, entrava no lugar santíssimo com o sangue desta oferta, e o aspergia sobre o propiciatório, diretamente sobre a lei, para satisfazer ás suas reivindicações. Então, em caráter de mediador, tomava sobre si os pecados e os retirava do santuário. Colocando as mãos sobre a cabeça do bode emissário, confessava todos esses pecados, transferindo-os assim, figuradamente, de si para o bode. Este os levava então, e eram considerados como para sempre separados d povo.” O Grande Conflito, pg. 420.
Notas do Redator:               
            1.  Acreditamos que houver um erro da redação da Revista Nosso Firme Fundamento, pois o texto diz:             “Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio.” Hebreus 7:14. Dando assim a entender que Cristo ao nascer na tribo de Judá jamais seria sacerdote. Por este fato colocamos a palavra “NÃO” entre aspas dando seu real sentido no corpo do texto. Deixando a frase assim: “Ele (não) tornou-Se sacerdote após haver nascido da tribo de Judá.



             
           
              
               
           
           


           

             

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